sábado, 18 de julho de 2009

Cantando um refrão na madrugada

Rodrigo vestiu a melhor jaqueta. O jeans novo, uma camisa preta e saiu. Era noite de encontrar ela. Ela que por vezes cruzou olhares com ele. Ela a quem ele olhava de longe e pensava: "essa menina deve ter algo a mais" e ele que até pouco tempo tinha tão pouco. Saiu as 20:00h. O encontro era as 21:00. "vou chegar no bar da esquina e tomar uma dose pra dar coragem" pensou. E agiu. O velho dono da bodega já o conhecia de longa data, mas não via um sorriso daqueles no rosto do rapaz a dias, meses..." e ae, que me conta ?" perguntao dono do bolicho. " Vamos ver o que dá e amanhã essa mesma hora eu venho aqui pra te falar". Tomou o trago num gole só e saiu porta a fora... um pouco mais aquecido e com um pouco mais de coragem. Colocou as mãos no bolso afim de achar um cigarro e nada. Outra parada, pensou ele. Mais a frente um posto de gasolina, loja de conveniência e aquele lance todo. Pagou o Marlboro light. Acendeu o cigarro. Deu mais umas voltas no centro e agradeceu pelo dia abençoado no trabalho e por ter uns trocados ralos pra se divertir. Sentiu vontade de cantar uma nova canção. Só lembrava do refrão. O que para ele já bastava.

Chegou no lugar do encontro, antes da hora claro, pediu o de sempre, "dois copos?"perguntou o garçon, "por enquanto um. Obrigado" respondeu. Passaram-se 15, 20 minutos e nada dela, tentou ligar. Telefone desligado, sentiu um ar estranho a sua volta como se todos o olhassem diferente. Pagou a conta e voltou para casa cantando o mesmo refrão de antes. Dessa vez com uma pegada mais blues.