quarta-feira, 22 de agosto de 2012



                                                                       
                                                  

A misteriosa e mágica quebra de um tabu

O quanto um fã de Oasis deve ter sofrido. Digo isto, pois sempre fui um desses indivíduos que sempre andavam por Santa Maria sob a pena de não poder levantar a mão em público, sinalizando e mostrando que gostam de Rock and Roll quando tocava sua banda preferida: Oasis. E vale salientar: raramente tocava. Nós “mad fer it’s” em minoria sempre éramos fuzilados com olhares e palavras que diziam “como tu gosta daqueles arrogantes?”.

Cara, nunca procurei miss simpatia no Rock, apenas admirava aqueles ingleses que não estavam nem aí para o que falavam, tocavam umas guitarras rasgadas com a voz mais rasgada ainda, e não precisavam vestir-se esquisitamente. Eu escutava e via aqueles clipes na MTV e sabia que iria num show dos caras. E fui. Junto com meu irmão e um certo guitarrista de Santa Maria que também, por acaso, faziam partes daqueles indivíduos marginalizados roqueiramente. No dia 12 de maio de 2009 em altíssimo êxtase descobri que não éramos poucos, éramos muitos e enlouquecidos por aquela simpaticamente prepotente banda.

Mas fã de Oasis sofre. Acaba a tour, acaba a banda. Quem saiu daquele show pensando em ir em outro o que faz? Escutar os discos e só. Mas o certo guitarrista encontrou outros “puta” músicos – que acreditem – também eram fanáticos por Oasis e, como numa misteriosa mágica formaram uma banda tributo capaz de tirar da penumbra os muitos “mad fer it’s” que existiam na noite Santa-mariense.

A apreensão por um show cover que me fizesse delirar era grande, e, a pressão sobre o guitarrista para que eles fizessem algo que se aproximasse daquilo que tínhamos vivido era maior ainda. O guitarrista é o meu amigo Diego De Grandi que juntou nada menos que Marcus Molina (roqueiro veterano e responsa de Santa), Batavo (sem palavras para os solos de guitarra, claramente, provindos do blues) e uma turma que se não estiveram na fria Manchester, até torcem pro City (Papalia e Lord Tambor). E me arrepio e lembro daquele primeiro riff de guitarra que escutei naquela noite.

Lembro que meu irmão e eu nos olhamos com uns sorrisões e assim como no show do Gigantinho nos abraçamos numa felicidade, realmente, indescritível. Meu amigo, do começo ao fim sentia a melhor vibração que as canções do Oasis podem causar. Via pessoas, que certamente eram aquelas antigas que procuravam miss simpatia ou bonecas barbies tocando rock nos lançarem aqueles velhos olhares, mas foram poucos e foram sumindo à medida que o coro de “Stand by me”, “Wonderwall” e, juro, vi muitos shows naquele lugar, mas igual a “Don’t look back anger” não tinha visto o público cantar em tamanha sintonia.

O show terminou ... Ou melhor o show continua há um ano e todo vez que estou numa apresentação desta banda tributo de Oasis confirmo que o nome Magical Mistery, certamente, tem muito a dizer, pois como numa misteriosa mágica todo vez que essa rapaziada esta no palco há algo que faz eu esquecer de todos os meus maus sentimentos e, é claro não vejo mais olhares de desaprovação por eu ser um fanático pela banda daqueles ingleses arrogantes. Por isso, neste aniversário de um ano, peço a Magical Mistery que continue com essa mágica de me fazer cantar num show e de me fazer ter orgulho de gostar de Rock and Roll.
Fernando Pahim 06/06/2012