terça-feira, 8 de junho de 2010

Na raça

Nunca me considerei um bom vocalista, longe disso, não tenho técnica, nunca tive aula de vocal, nunca respeitei a respiração correta para cantar. E para piorar ainda toco guitarra, isto é, são dois trabalhos: concentração para não errar nenhuma nota na guitarra e concentração no vocal.

Sábado dia 05.06 tive uma prova dura do que é fazer um show na raça. Eu estava com febre desde a terça-feira anterior ao dia da apresentação, minha garganta havia ganhado algumas placas e uma forte inflamação. Preocupado com o show de sábado e em como a minha voz estaria me dirigi até um hospital onde tive que tomar dipirona na veia para baixar a febre de 39°, além de sair de lá com uma receita de antibióticos, antitérmicos e spray para aliviar a dor na garganta. Paramos na farmácia. Compramos tudo! Comecei o tratamento na quinta-feira a noite mesmo!

Sexta ainda tinha um duro dia de trabalho na agência, com febre e muita dor consegui finalizar os serviços e fui embora. Sábado de manhã subi no centro para comprar cordas para a guitarra e alguns CDs que eu gravaria mais tarde para distribuir no show. Cheguei do centro tremendo. A febre que eu acreditava ter ido embora tinha voltado. Mais uma vez hospital... e eu pensando “logo em dia de show, eu assim”. Na ida liguei para o Pablo guitarrista da Sonnets e grande brother meu. Minhas palavras foram: “cara tô indo pro hospital fazer minha última tentativa de melhora: tomar um injeção.” Eu estava agitado de cara mesmo... fazer o que ? o cara me acalmou dizendo que se eu não estivesse bem a gente não faria o show na boa. Mas como sou marrento e não me integro...

Cheguei no P.A e o atendente me pergunta na cara de pau: “o que é pra vocês ?” quase que eu respondo: “quero uma passagem pro céu meu amigo” ... me calei depois disse “quero atendimento médico” (óbvio) . Fui atendido... não tinha mais o que fazer, era tomar o medicamento indicado na quinta-feira e esperar fazer efeito. Eu não podia esperar! Não sou de esperar. Na volta pra casa liguei de novo para o Pablo e disse: “Foda-se vou fazer esse show”. Passamos o som já era noite. Vim para casa, tomei banho me alimentei e voltei para o bar. Subimos no palco pontualmente a 1:15 da manhã de sábado pra domingo. Eu nadava em meu próprio suor, minha garganta secava no meio das músicas. Água e água, nunca bebi tanta água num show! Tocamos oito canções. O som no cavaco, certinho, tudo bonito, os timbres as pessoas, as canções ... consegui cantar bem dentro do meu limite técnico e que a minha saúde me possibilitava naquele momento. Pra mim um dos melhores shows da Sonnets.